Meu amor foi flechado pelo passado.
Ficou pequeno diante de um tempo,
Maior que ele mesmo. Mesmo não sendo.
E na manhã de luz clara e mesa posta,
Foi embora sem dar um beijo.
Um beijo derradeiro.
E no silêncio da tarde que chegou,
Sentado na mesa do almoço sem pratos,
Pequei um copo e encontrei meu rosto.
E nesse copo marcado pelo último gole
Que sua boca, pintada, deixou,
Só havia um rosto. Não havia você.
E na mesa vazia, com o copo assinado,
E no silêncio deixado pela sua partida,
Fechei meus olhos e encontrei você.
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