segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Nessa Vida

Posso ter o que quiser
Mas me interesso mesmo
Em ser o melhor que puder
Evoluir o máximo que der

Posso ganhar o mundo
Jantar com muitos
Dançar ao luar
Delirar com cada gota de luz solar

Posso mais, posso tudo
Não constranjo o meu mundo
E por isso, ele
É via aberta diante dos meus pés

Mas para que ter um mundo
Se ao contrário do seu surto
Meu desejo cabe repousado
Na pele do teu afago

Eu poderia amar a exaustão
Sonhar além da razão
Mas meus olhos rasos
Insistem em te cercar

domingo, 24 de novembro de 2013

Processo

Toma para si: o meu cuidado.
Apossa-se: da minha vida.
Impõe gratidão: a preços seus.
E ai:
Sucumbe diante de tudo.
Desconstrói o que tínhamos,
temendo ser, o que nunca seriamos.
Nesse mundo estranho de se viver,
onde as metas viram partida,
os resultados, antes do começo,
e um grande amor, como o nosso,
perde-se na poeira das tuas fugas,
resta-me somente:
A dor de não lhe querer mais,
o ranger de um corpo decidido
a não mais se movimentar,
e por último,
a certeza da descoberta futura
de um novo amor.

Mais isso, agora, não me traz alegria.
De certo, um dia, irá me trazer.

domingo, 10 de novembro de 2013

Conta gotas

O que construímos foi menor

que a soma de nós dois.

O encontro advém da soma,

como quando duas cores se juntam,

na criação de um novo tom.

 

Podíamos ter sido a soma de dois,

e não dois divididos, repatriados,

esquecidos todos os dias,

num pingar de risos que transbordam,

e me fazem chorar.

sábado, 2 de novembro de 2013

Quanto mais, transformado sou.

Quanto mais a vida me bate,
mais cheio de curvas fico.
Quanto mais amo alguém,
menos medo sinto.
Quanto mais me entrego,
dono de mim sou.

E o tempo que passa?
É o mesmo que leva.