segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mais um dia


Quando a noite chega
E eu adormeço
Meus sonhos chegam
Minhas dores desaparecem
Mas é nas manhãs
Quando abro meus olhos
Que percebo que tudo voltou
Que na verdade não se foram
E que terei mais 24 horas
De convívio, de cuidado
Minhas feridas estão expostas
E minha absolvição
Ainda está por vir


Em uma pausa de mil compassos (Paulinho da Viola), 
me aproprio dessa voz (Philippe di Bosgo):

“Vasculhei minhas memórias,
muitas vezes no silêncio da noite,
e comecei a me reconstruir”

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Meus erros e acertos

Abro mão das minhas recordações
Fotos, ingressos, lugares
Até mesmo do ato de lembrar
De sentir saudades

Quero ficar puro, recém-nascido
Preparar-me pra receber o novo
Fazer escolhas, intensificar

Minhas prioridades romperam
Minhas dores, preciso cuidar
Guardar o pouco que tenho
Transformar em novo, em muito

Quero a luz de um novo dia
Quero palavras doces, uma mão amiga
Um colo com pegada de mãe

Quero pode ser seu
Sem jamais deixar de ser eu
Quero cometer erros
Sem estar, necessariamente, condenado

Quero que venha o novo
Que me tome por inteiro
E que transforme erros e acertos
Na precisa visão de quem sou de fato

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

TROCA DE TURNO


Tantas respostas que tenho
Tantos equívocos que vejo
Meu silêncio é tudo que devo

A verdade em formato de palavras
Pula dentro de mim a procura de ar
Quer ganhar o mundo, alcançar seus ouvidos

Meu grito, não contenho quase
Lágrimas, nem se quer possuo
Época de seca, serrado

Diante dessa foto
Começo a me despir, para poder me despedir
É o “velho”, dando lugar ao sonho novo

... e que venha o tempo!

TIRO NO PÉ

Transbordaste por todos os lados
Em retirada violenta, partiu
Sem medo de romper
E na busca de ter razão
Perdeu-se, tornou-se vulgar

Seus limites ficaram ainda menores
Suas dores, agora guardadas, irão mofar
Suas origens virão te assombrar
E você apoiada nesse ombro?
Pequeno ombro que nem pé tem

Em um só click, um só registro
Ficou a sombra de muitos
Apagou cada cor de natureza registrada
Cada momento vivido, muitas fotos

E ao olhar para o lado
Esse novo ombro que verá
Trará-te a ausência de mim
Do meu cheiro, do café que fiz
Do sorriso ao te ver mais uma vez

E apoiada por esse e muitos outros
Quantos ombros desejar
Nunca irá me encontrar
Nem a sombra do que fui
Muito menos o amor que te dei

... que venha o tempo!