domingo, 30 de agosto de 2015

Limites?

Ando querendo variar de dor
Quem sabe até amar de novo

Uma estrada de terra nova
Conversas jogadas fora

Tudo puro e em pleno vazio
Novos odores entre tantos sabores

Sem muito pra dar
Ofereço meu mundo, todo

Que não é muito assim, mas
Mesmo não sendo, ele não tem fim


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Primavera minha

estou partindo
tudo está assim
clima de festa
em tarde de despedida

a onda do andar chegou
em séries gigantescas
como resistir?
o que me resta é partir também

partir daqui pra depois do além
dar meus passos. Seguir
seja com alguém
ou mesmo por ninguém

quando esse tempo chega
em vento de luz e sabedoria
no silêncio do escuro
fica claro: ele é real

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Meus Ciclos

Nessa manhã, assim que acordei
já sabia que não era o mesmo
E naquele instante, logo ali
comecei a me despedir
desse eu que amanhã
já será diferente

Engenheiro era o nome da rua (onde morei)

Foi um tempo curto
numa longa viagem. Bem fundo
Onde via o tempo evaporar
como ondas
Subia. Subia. O tempo que via

E bem lá em cima, parado
olhava pra mim e sorria
O Tempo. Depois apagava e ia
Abrindo tempo pra mais tempo
que vinha e subia. E subia
E eu ali vendo o tempo passar

Eu nunca soube o que eles diziam
se era o tempo sorrindo de dor
do tempo, por mim
ou de alegria. O que ele sentia
naqueles instantes que se despedia

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Fluente

Diz-se dos corpos
que com alma própria, em dois
vão-se aos loucos deformar

e transformam-se

domingo, 16 de agosto de 2015

Antecipar o tempo

Não é a espera que me ameaça
Coagindo-me a temer ser
Além de mim

É o depois que vem além
Do futuro quando chega
Do meu encontro. O real e o que desejei

Da hora que prestarei contas
De me olhar por fim
Da sentença final feita por mim

Do resumo de todos os minutos
Das escolhas, as do pulo ou do conforto
E daquelas que sucumbi, também

Sempre se pode escolher
A não ser naquela hora, naquele instante
Em que tudo se torna tarde. Fim