sexta-feira, 19 de junho de 2015

Doutor. Ser pobre.

O que chamamos de vida
é muito maior
que essa bobagem tola
espalhadas por ai

Encontro essa certeza
quando olho nos olhos
daqueles que são jovens
Muitas vezes meu filho

Os que possuem o mundo
sobretudo a pureza da verdade
Enfestados de jovens conflitos
Cientes do poder de poder

Tento me manter jovem
ficar conectado a ela
Uma boa conversa, digerida
vira alimento

Respirar esse ar, turbulento
me manter inquieto
Sugar o eu jovem
e transpor o medo da morte

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Dor de Pássaro

Há o que me falte
Muito sobra em mim
Metade encontro fé
Sentado deixo de existir

Sou de quem me quer
E se quiser o que virá
Entrego o que sou
E fico se quiser ficar

Só meus danos são meus
Daquilo que colhi
No tempo que levei
Para chegar até aqui

De alguns anos abro mão
Outros vou levar
Pássaros quando voam
Não costumam retornar

Andei eliminando sentimentos
Restaram somente os mais raros
Como algumas saudades
que são pontes, se quiser me encontrar

quinta-feira, 11 de junho de 2015

No mar sem estrelas

Eu tentei salvar nós dois
mas agora sei
ninguém há de salvar alguém

Eu busquei ser seu
mas aprendi que o medo
nasce dos desejos apodrecidos

Eu fui amado por você
mesmo sabendo que você esqueceu
o que te fez me amar assim

Eu tentei evitar deixar você
nesse silêncio corrosivo
que inevitavelmente vem após o fim

Os planos eram outros e você sabe
mas nem toda noite tem estrelas
e nem todo barco atravessa mar