sábado, 16 de outubro de 2010

MUTANTE

Eu vou a muitos lugares,
dentro e fora de mim.

Percorro os meus caminhos,
procurando atalhos cedidos.

Desconfio do meu destino,
sem me tornar um homem passivo.

Nunca pude exercer o luxo de parar,
minha alma é mutante.

Meu destino é incerto,
dependo do que sou motivado.

Decido ao acaso,
buscando o que me comove.

Quando minha alma grita, corro e acato.
Sou assim: Meio homem, meio paixão.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

Escalar e alcançar o cume de uma montanha.
Voar no tempo de Santos Dumont.
Não sofrer e mesmo assim se tornar poeta.
Tocar um instrumento utilizando ouvidos.
Sonhar sem permitir delírios.
Entender essa multidão. Para onde estão indo?

Compreender o pai antes de ser tornar um.
Cozinhar bem sem valorizar os detalhes.
Exorcizar medos sem possuir espelhos.
Morder tendo sido sempre beijado.
Ter que ter. Comprar tudo para que?

Não amar uma mãe. Origem.
Não repetir um pai. Referência.
Não se confundir com um filho. Evolução.
Sem família se tornar alguém.
Respeitar os guetos. Separar para que?

Penetrar em uma floresta.
Mergulhar, fundo, no oceano.
Respeitar o desconhecido .
Imaginar minha vida sem você.
Compreender suas atitudes. Tanta soberba para que?

EU SIGO COM ELA

Mais uma vez me vejo diante
da minha própria imagem.
Distante do que quero,
tendo menos do que desejo.

Consigo ver minhas opções:
O conforto do menos, das concessões
ou a inquietude do incerto, da busca.

Não quero menos, estou inteiro.
Sua metade não me emociona mais.
Se estou entregue, queria você inteira.

Algo maior que a minha própria razão.
Sem tempo, mais, para ajustes e medos.
Sua soberba diante do que te dou, me fere.

Se não quer, se não sabe, se não pode.
Nada disso importa mais.
Iluminei você em cada olhar que te direcionei.

Já no fim do que me foi possível,
sigo deixando para traz
algo que poderia ter sido maior.

Mas a vida segue, e eu sigo com ela.