A saudade veio
me visitar
Bateu na
minha porta
Invadiu
minha casa nova
Ainda insiste
em me assombrar
Traz velhos
e distantes momentos
A vida que
já não é mais minha
Um amor que
deixou só pó
Em chão de boiadeiro
Dos céus que
foram nossos
Dos sorrisos
bem próximos
Das rezas do
Senhor do Bonfim
Dos lamentos
e encantos sem fim
Desde que
percebi desejar salvar
Somente
aquilo que só a mim pertencia
Transformando
todo o resto em fruto
Tento o
encontro equilibrado e possível
Mas já não
largo a mão da morte
Quero ir com
ela. Estou e(m) parto
Acabei farto
Já não me
encontro mais aqui
Tentei unir
dois mundos
Em vias tão
desiguais
Derrubar seus
muros
Com coragem,
invadir seus escuros
Doce engano
Éramos como
a morte
Tínhamos passado,
teríamos futuro
Não fomos
capazes de ser presente