terça-feira, 6 de setembro de 2011

VAZIO

O lado vazio, o som que chega
O lençol arrumado. A tua ausência
O seu cheiro que não vejo, não percebo
O silêncio desorganizado que grita
O outro lado da mesa. O vazio

Da pasta de dente, do fio dental
A falta do pé, do café e do jornal
Da sua varanda, do meu arguile
Do seu sorriso, dos seus dedos. Do pé
Da batida, do vinho, do brinde. De ter fé

Da primeira vez em que te vi
Do escritório. Do alto Leblon
De todas as tardes roubadas. Dos beijos
Da areia da Duna, do sol de Jeri
Saudade de tudo: do que vi e do que não vi 

REZA FORTE (curta)

"QUE SEJA FEITO A SUA VONTADE"
............................................Só não me peça para dizer AMÉM!

GAME

Nunca acreditei que éramos perfeitos
Quis aprender a conviver com as diferenças
Com os defeitos e desencontros
Quis valorizar e admirar as qualidades
Essa era minha crença, onde quis chegar

Não foi possível, fomos roubados
Perdemos-nos no meio de tanto e de tão pouco
Deixamos e partimos abandonando o que tínhamos
E hoje o que nos restou foi o que não fizemos
As lembranças de tudo que poderíamos ter feito

Venho tentando equacionar essa matemática
Que não fecha aos meus olhos turvos
Queria ter dito muito, amado mais e melhor
Tive que me despedir, aceitar um tempo errado
Compreender que agora não sou mais dois

Ando dormindo pouco para ter mais tempo
Tempo de perceber melhor o que restou
E olhando o futuro refletido no teto do meu quarto
Vejo que estou com dificuldades, que não será fácil
Mas que ainda não terminei e que tudo não será em vão