quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O TEU ERRO

O teu erro foi não me deixar espaço,

o teu medo foi me deixar viver.

Não se deixa alguém sem espaço,

não se deixa alguém que se ama.

Quando não se pode abrir, não se fecha,

ao menos temos que deixar uma chance,

um chão, mesmo que pequeno,

para que possamos correr, nos movimentar.

Tirar esse chão é o mesmo que tirar o ar,

minar as possibilidades de reação.

Prendendo a respiração, covardemente,

agimos, sem saber de onde partir nem aonde chegar.

No primeiro momento, minamos.

Num segundo instante, desejamos.

Desejo tardio, impossibilidade humana,

que sem chão, não voa, muito menos retorna.

É agora? A hora e tarde.

E depois? Depois não sei,

talvez quem sabe um sopro,

um lampejo de saber, um desejo de querer.

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