segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cartas

Como você me tinha
Em proporções extremas
De tudo e tudo demais
Dos meus pés
Aos pensamentos meus
Que Já foram muitos
E muitos todos seus
 
Como você não percebeu
Que tudo que eu tinha
E tudo que eu queria
Era o querer seu
Ser olhado e percebido
E amado como sou
 
E agora que esse amor foi embora
Levando as cores e odores
Escrevo madrugada afora
Linhas que me chegam como um grito
Necessidade incontrolável de proclamar justiça
Atenuar feridas
 
Mas com o passar das linhas
Tornam-se, por desejo próprio
Cartas de amor
Amor desejado. Despejado
Mas não menos grandioso
Que feriu na proporção inversa que amou

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