terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Conservação e Restauro

Meu último amor tentou me matar
Roubou de mim, pensamentos meus
Pior: Levou lembranças, saudades
Não os tenho mais
Levou aquilo que não se fez real

Ainda há barulho ao meu redor
E tudo por tão pouco
Inexistências de um mundo
De um amor não correspondido
Como possível fosse
Sendo verdadeiro esse amor

Quando passou por aqui
Alterando minha razão
Ao vê-la pelas costas, percebi
O quanto devastador foi
Secaram-se florestas

Arvores foram arrancadas
Roubadas de mim
Como se não houvesse além da razão
A minha mais profunda imagem
Daquele eu que a ela
Um dia, pareceu assustador

Diante da tormenta que a mim foi imposta
Sem aviso prévio ou carta de despedida
Naufrago de mim, sucumbi em terra
Seca de deserto, árida por solidão
Ao retorno expresso a vida que me foi tomada
Parti trôpego em busca de alguma flor

E segui
Segui na esperança que pudesse em mim
Conservar a vida que tardiamente
Percebi ter sido ilusória
Restando hoje, a minha real imagem
Que acolho, abraço e restauro

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