Percebo
melhor o presente
Quando abro
mão dos medos
Que carrego
e que sopram
Ventos de
tempestade
Em tormentas
noturnas de verão
Inspiro-me
no passado
Quando mergulho
em minhas nascentes
Despedindo-me
das palavras
Que habitam
em mim
Numa privação
voluntária do falar
E no silêncio
conquistado
As palavras
que moram em mim
Percebo o ciumes que sentem
Ao me verem
íntimo
Do silêncio que
também reside assim
Terras novas
conquistadas
Ausento-me
dessa selva de ruídos
Pelo tempo
necessário
Secreto tempo
que sopra e refresca
O que verdadeiramente
sou
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