Num primeiro olhar o que vejo
é uma atitude assertiva,
algo que minha alma
a minha estrada da conta, resolve
e até me pego escrevendo,
mas as horas me mostram algo diferente,
chega o silêncio, o meu eu para
e diz ao que veio
o que de fato quero.
A angustia me toma,
algo que hoje sei receber
mas de qualquer maneira
continua me assustando,
me fazendo transbordar.
Fico mais largo que meu próprio corpo,
dilato, crescendo de uma forma estranha
e ai não sei bem pra onde caminhar
de onde vim e pra onde estou indo.
Nesse exato momento, o que me resta
é o não movimento, a espera
por algo, por uma pista
qualquer coisa que me faça,
que me leve de novo
ao movimento, ao delírio
ao querer amar e ser amado.
Somos iguais, estou, talvez, igual
a você, e escrevo numa mistura
do meu eu e do que acho ser seu.
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