quinta-feira, 17 de setembro de 2009

TROCA DE PELE

Numa fração te tempo,
percebo que perdi o controle.
O que poderá vir de frente não depende,
não passa pelo meu desejo.

Derivo num tempo ao qual não pertenço.
Sofro pelo que ainda não me atinge,
mas que independente desse tempo, me aflige.

Ainda não rendido, busco a solução
de um problema que não existe.
O que vejo e percebo é que meu presente,
não mais agora, determina o que virá.

Isso já ficou, esse erro eu já cometi.
Um passado que se sobrepõe ao que faço.
Um futuro que temo ser um espelho do agora,
do que vivo e do que não posso mais mudar.

Aprendo com isso, que nem sempre
o que fazemos, determina o que iremos fazer,
mas sim o que já fizemos, o que já se foi.

Passado marcado na memória da pele do meu tempo,
tatuado, entranhado e aumentando os meus dias.
Deve haver um jeito de mudar esse tempo.
Mas eu não sei como, não agora.

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