sábado, 9 de agosto de 2008

QUANDO VOCÊ PARTIU

No dia que eu deixei vc ir embora
eu fiquei lembrando de nos dois,
entre tremores e calmarias,
estive ancorado no meio do caminho,
no sertão agreste, na beira da paisagem,
na certeza do vazio que me restou,
na certeza do que poderia vir,
no que não vivi e não iria
mais viver, onde não estive
e nunca estarei.

É o desejo e a realidade frente a frente,
onde o meu medo é o meu maior querer.
Aceno pro que deixei partir,
rezo pro que sei que não ira voltar,
lembro do que não vivi e jamais viverei,
e a partir desse instante, não serei.

Incapaz do toque e da lembrança,
até porque, não existem lembranças que não
se consolidarão, não se fizeram real,
não se opuseram aos medos
aos delírios e a uma existência
que na realidade, não quisemos.

Através da sombra do meu querer
torto, louco e solto,
perambulando e irei te buscar,
num lugar onde poderei
encontrar o meu delírio,
os meus sentidos,
e finalmente, a minha existência.

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