Se eu não tivesse corrido riscos,
se tivesse me protegido,
eu não teria sofrido, eu não teria rido,
eu não teria vivido.
Estaria, agora, sem referências,
sem perdas e sem o que pude construir.
Estaria privado dos momentos em que fui alvo,
e dos momentos em que atingi.
Dos momentos em que feri e dos que fui ferido.
Do sangue que dei e do que me tomaram.
Dos sorrisos, dos choros e dos momentos que nem pude olhar.
O que teria sido dos encontros que não teria sofrido.
Dos copos vazios na minha ausência.
Das fumaças que com meu pulmão libertei.
O que teria sido das noites que viraram dia,
dos dias que se transformaram em madrugadas,
e de todas as vezes que escolhi voltar.
O que teria acontecido com as bifurcações,
as diferenças, as cores e os odores,
que pude perceber nas esquinas por onde andei.
O que teria acontecido se tivesse
escolhido não viver a minha própria vida.
Toda vez que vierem me pedir para ser diferente,
tentarei explicar que não posso,
que sempre fui assim e sempre serei.
E que, se um dia eu morrer,
certamente, morrerei assim.
3 comentários:
Adoreiiiiiiiiii,me identifiquei.rsrsrs
Que bom Lininha!! rs
Lindo!
Mas, ao ler, perco, por completo, a esperança de que um dia você leve uma vida sem tantos riscos. Isso é inerente a você, não é? É feliz ao se expor. O que me sobra, é tornar-me repetitiva, pedindo sempre, a Deus, a mesma coisa: "proteção para os meus filhos e netos, porém, olhando com mais cuidado, por esse filho aventureiro. Amo você, sabe?
Postar um comentário